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Writer's pictureC. A. Ayres

Discernimento: Aprendendo a Pensar por Si Mesmo

Updated: Mar 26, 2019



O fato de crescer numa família grande me ensinou algums princípios que levo comigo sempre. Alguns desses princípios moldaram a pessoa que sou e como minha vida é, meus atos e ações – e reações.

Uma das coisas que aprendi bem cedo, por exemplo, é sempre que houver uma situação onde duas ou mais pessoas estão envolvidas, devemos ouvir atentos a todas as partes, nunca julgar, e tirar nossas próprias conclusões. Ainda ouço vividamente minha avó me dizendo "Não seja Maria vai com as outras!", e depois minha mãe, meu pai, meus tios e mais pessoas incentivando sempre a ir à fonte da verdade em todas as coisas e situações. Às vezes, isso faz com que os outros achem - e comentem - que você é a ovelha negra da família - do grupo, do trabalho, dos amigos - por pensar diferente, mas na verdade você é quem sabe pensar por si mesmo e tem a coragem de buscar o melhor e verdadeiro.

Isso instilou em mim uma sede de conhecimento e uma curiosidade inquietante. Não que eu queira ser diferente ou me julgar melhor que as outras pessoas, mas desde cedo eu presto mais atenção aos diferentes da maioria e principalmente aos que sofrem com as maledicências, simplesmente porque isso me fascina. Aprender as coisas por mim mesma e descobrir algo que ninguém sequer pensou em buscar sempre me cativou, e acabou tornando-se um ponto bem forte em minha personalidade.

Agora, quando me deparei com a decisão de buscar onde as verdades eternas da espiritualidade estavam, também não foi diferente. A busca começou com algo que apareceu em meu caminho em uma conversa informal com conhecidos. Ao desenvolver uma curiosidade sobre aquela religião, fiz alguma pesquisa e me surpreendi como havia muitas pessoas falando negativamente sobre alguns pontos. Mas aquilo só atiçou minha mente inquisitiva. Fui então à fonte da verdade. Eu sabia que se quisesse realmente saber a verdade, não deveria acreditar em opiniões diversas, tipo "Maria vai com as outras", e sim ir à fonte. Após ser apresentada a verdade, um tempo de observação foi necessário, até que percebi que, para ter resultados palpáveis, eu precisaria viver certos ensinamentos para que pudesse comprovar por mim mesma a veracidade de algumas ideias. Eu também aprendi que, além disso, eu poderia buscar ajuda diretamente com Aquele a quem eu queria encontrar, sem atalhos. E achei. Há bem mais de 25 anos, e ainda me surpreendo e meu coração se enche de gratidão a cada passo deste processo.

Algumas considerações sobre o que descobri neste processo:

  • Não importa a idade em que estejamos. Podemos ter 8 ou 80, 10 ou 100. Quando buscamos o Senhor, Ele nos ouvirá.

  • O testemunho espiritual das pessoas que admiramos nos fortalece, mas é necessário que possamos buscar por nós mesmos essas verdades, não apenas nos basear no que as pessoas acreditam.

  • Quando descobrimos ou aprendemos a fazer algo por nós mesmos, o sentimento de conquista e capacidade aumentam. Descobrimos que somos capazes e que temos o direito, e que somos úteis e podemos criar ou receber algo dos céus.

  • Ao nos ajoelharmos em oração e abrirmos nosso coração ao nosso Pai querido que está nos céus, talvez não ouçamos uma voz de trovão ou veremos uma árvore em chamas, mas é quase certo que um sentimento de paz e silêncio virá a nossa alma, quase instantaneamente.

  • Quando sabemos a verdade de algum princípio por nós mesmos, aquela certeza se aloja em nosso coração e em nossa alma que nem mesmo o furacão mais forte a arrancará de nós.

  • O fato de adquirir e reter as verdades de Deus em nossa vida é um processo justamente porque não há fim. Nunca termina e nunca deve ser deixado de lado. Como uma semente que precisa de cuidado constante para crescer, tornar-se uma árvore com bons frutos, assim é nosso testemunho das verdades divinas.

Craig Christensen, na Conferência Geral de Outubro de 2014, ensinou: "Geralmente é assim que um testemunho começa: com sentimentos sagrados e esclarecedores que nos asseguram que a palavra de Deus é verdadeira. Entretanto, por mais maravilhosos que sejam esses sentimentos, são apenas o início. Seu trabalho de fazer seu testemunho crescer não está terminado. (...) Se ignorarmos ou negligenciarmos essas inspirações espirituais iniciais, se as não nutrirmos ao continuar a estudar as escrituras, orar e buscar mais experiências com o Espírito, nossos sentimentos vão desaparecer e nosso testemunho vai diminuir. (...) Nosso testemunho crescerá da mesma maneira que uma árvore cresce: gradual, quase imperceptivelmente, como resultado de nosso cuidado constante e esforços diligentes."

Eu posso dizer com absoluta certeza hoje que tenho aprendido a cada dia com cada passo que dou em direção a viver as verdades que aprendi por mim mesma. Quando alguém diz algo negativo sobre isso, em meu coração eu convido a pessoa para vir, ver e viver por si mesma e tirar todas as dúvidas, e elas literalmente mudam completamente de ideia, e também suas vidas. Faz toda a diferença ter um testemunho pessoal dessas verdades. As pessoas são tão falhas e, se nos baseamos no testemunho que elas têm, quando caírem, cairemos junto e não conseguiremos reerguê-las, pois estaremos apoiados em testemunhos de areia.

A coisa mais importante que podemos fazer HOJE é buscar as verdades divinas e abraçá-las o quanto antes. Se tivermos a sabedoria divina em nossa vida, diretamente da fonte, mesmo assim, imperfeitos como somos, levará um bom tempo para nos aprimorarmos e aprendermos a sermos melhores pessoas, cônjuges, pais e servos de Deus. Quanto antes abraçarmos essas verdades melhor, portanto, não deixe pra depois. Sua vida espiritual é tão ou mais importante porque lhe ajudará a viver melhor sua vida pessoal e profissional e, principalmente, familiar.


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