Segundo os psiquiatras Dr. José Carlos Appolinário e Angelica Claudino, "Os transtornos alimentares geralmente apresentam as suas primeiras manifestações na infância e na adolescência". Entre os mais conhecidos, estão:
Transtorno da alimentação da primeira infância: Dificuldade em se alimentar adequadamente e ganhar peso de forma apropriada.
Pica: É a ingestão persistente de substâncias não nutritivas.
Transtorno de ruminação: Inclui episódios de regurgitação.
Anorexia nervosa: Várias alterações do apetite e perturbações da imagem corporal.
Bulimia nervosa: A compulsão alimentar a princípio leva a sentimentos negativos, problemas com imagem corporal, e a necessidade de colocar para fora a comida ingerida rapidamente.
Compulsão alimentar periódica: A necessidade de comer ligada à problemas de saúde que levam à obesidade.
Reconhecendo os sinais de transtorno alimentar:
Medo intenso de ganhar peso.
Obsessão com gordura.
Imagem corporal distorcida.
Atenção exagerada a regimes ou comida.
Mania de se exercitar sem uma meta específica.
Afastamento da família e amigos.
Forçar o vômito após comer.
Uso de laxantes e remédios para emagrecer.
Comer compulsivamente.
Diferença entre anorexia nervosa e bulimia nervosa
Anorexia nervosa consiste em pessoas que intencionalmente ficam sem comer por um longo período. Na maioria dos casos, inicia na fase de puberdade, a pessoa tem uma queda drástica no peso, e continua achando que está acima do peso. Comida e peso se tornam obsessões. Em alguns casos, a pessoa com anorexia se recusa a comer com outras pessoas ou adquire hábitos estranhos de como se alimentar. E sintomas comuns são a interrupção do período menstrual para as mulheres, e impotência para os homens. O tratamento consiste, na maioria das vezes, em internação, nutrição prescrita seguida de um programa de exercícios.
Bulimia nervosa consiste em a pessoa comer uma grande quantidade de comida e depois provocar o vômito para que coloque para fora tudo o que ingeriu, ou mesmo usando diuréticos ou exercitando-se obsessiva e compulsivamente. Geralmente uma porcentagem em torno de 50% de anoréxicos desenvolvem bulimia.
O que fazer para ajudar alguém com transtorno alimentar?
Insista gentilmente em conversar, explicando que está preocupado, e ouça o que ele tem a dizer. É normal que negue ou mesmo se ofenda com sua intervenção. Seja persistente independente de sua hostilidade.
Enfatize suas qualidades e talentos.
Expresse preocupação sobre sua saúde física e mental, além do relacionamento com família e amigos.
Não fale sobre tamanho, perda ou ganho de peso, tipo de comida ou calorias. Foque na situação como um todo, não nesses detalhes que são o foco da obsessão.
Apoie seu amigo acima de tudo, e demonstre empatia com seu medo ou vergonha, e deixe-o saber claramente que você se importa muito para ignorar seu comportamento destrutivo.
Não dê conselhos, uma vez que pode desencadear um comportamento defensivo e incentivar à obsessão.
Seja você mesmo, e honesto aos seus sentimentos.
Não mude seus hábitos alimentares quando junto do seu amigo. Seus hábitos "normais" serão exemplos para seu amigo de uma relação saudável com a comida.
Incentive-o a procurar ajuda médica e psicológica, e ofereça-se a ir com ele.
Consulte também a Revista Brasileira de Psiquiatria que traz outras alternativas para tratamento de transtornos alimentares.